Disponibilização regular de informação
Os dados obtidos nas estações da rede de monitorização da qualidade do ar são disponibilizados diariamente na base de dados on-line da qualidade do ar – QualAr, com uma validação preliminar, atualizados hora a hora.
A validação definitiva dos dados é efetuada no final de cada ano, sendo disponibilizados no sistema de informação QualAr a partir de outubro do ano seguinte, sob a forma de concentrações médias horárias. Os dados de qualidade do ar mais recentes, que ainda não têm validação definitiva neste site e que não se encontram disponíveis para download, devem ser solicitados à CCDR Lisboa e Vale do Tejo, I.P.
No QualAr são também disponibilizados índices diários de qualidade do ar que têm como objetivo divulgar diariamente uma informação simples sobre a qualidade do ar, facilmente compreensível pelo cidadão comum. O índice traduz, através de um indicador único e por intermédio de uma escala qualitativa composta por 5 classes (mau, fraco, médio, bom e muito bom), a qualidade do de cada estação e das várias zonas do território nacional, com base nas medições dos poluentes dióxido de azoto (NO2), dióxido de enxofre (SO2), ozono (O2) e partículas PM10 e PM2.5.
No QualAr são ainda apresentadas previsões da qualidade do ar para o próprio dia e para o dia seguinte, para os poluentes PM10 e O3, elaboradas com base em modelos estatísticos e modelos de previsão numérica.
Estatísticas anuais
As estatísticas anuais da qualidade do ar, calculadas com base nos dados registados nas estações da rede de monitorização da CCDR Lisboa e Vale do Tejo, I.P., no período de 2001 a 2022, estão sintetizadas no ficheiro Estatísticas da rede de monitorização da qualidade do ar da CCDR LVT no período 2001-2022.
Índices anuais
Os índices anuais, calculados com base nas estatísticas anuais da rede de monitorização da qualidade do ar da CCDR LVT, correspondem a uma percentagem dos valores legislados (valor limite, valor alvo ou nível critico) e permitem comparar os resultados para diferentes poluentes e indicadores anuais. Tal como para o índice diário, disponibilizado na base de dados QualAr, na construção do índice anual utiliza-se uma escala qualitativa composta por 5 classes, classificando-se a qualidade do ar para um dado ano como muito má, má, média, boa e muito boa. A descrição do modo de cálculo e da forma de consulta dos índices anuais da qualidade do ar, e a sua apresentação, para o período de 2001 a 2022, através de tabelas e gráficos dinâmicos, estão disponíveis em:
- Descrição dos índices anuais
- Índices anuais da qualidade do ar para a rede de monitorização da qualidade do ar da CCDR LVT no período 2001-2022
Avaliação da qualidade do ar
A análise, apresentada de seguida, pode ser consultada com maior detalhe nos seguintes relatórios de avaliação da qualidade do ar ambiente na região de Lisboa e Vale do Tejo:
As concentrações dos poluentes atmosféricos, registadas nos últimos anos nas estações da rede de monitorização da qualidade do ar (RMQA LVT), indicam que a qualidade do ar é boa na generalidade do território da RLVT.
No entanto, em alguns anos, verificaram-se nas zonas da RLVT, para os poluentes NO2, partículas PM10, O3 e SO2, situações de incumprimento dos objetivos de qualidade do ar para a proteção da saúde humana, definidos no Decreto-Lei nº 102/2010, de 23 de setembro. (ver figuras abaixo).
Em termos de evolução, tem-se verificado uma tendência de decréscimo das concentrações para a generalidade dos poluentes.
As excedências aos valores limite definidos para o dióxido de enxofre (SO2), observadas durante alguns anos apenas na aglomeração da AML Sul (zona industrial do Barreiro), deixaram de se verificar em 2009. Atualmente os níveis registados em todas as estações da RMQA LVT são muito baixos.
Para os poluentes benzeno (C6H6), partículas PM2.5 e monóxido de carbono (CO) não se têm registado incumprimentos, sendo os níveis observados muito inferiores aos limites legislados. Idêntica situação verifica-se para os poluentes SO2, óxidos de azoto (NOx) e O3 relativamente aos objetivos fixados no Decreto-Lei nº 102/2010, de 23 de setembro, para proteção da vegetação.
Os anos de 2020 e 2021 destacam-se pelo decréscimo acentuado das concentrações de vários poluentes, em particular do NO2, resultante principalmente da redução do tráfego rodoviário, mas também de outras atividades, em consequência das situações de confinamento impostas pela pandemia de COVID-19 (+ informação).
O ano de 2020 foi o primeiro em que não houve registo de qualquer incumprimento dos valores limite e valores alvo, definidos na legislação nacional, nas estações da RMQA LVT, situação que se manteve em 2021. É de notar que em 2021, pela primeira vez, não se verificou a ultrapassagem do limiar de informação para o O3.
No início de 2022 ocorreu um curto período de confinamento, verificando-se depois uma retoma gradual da atividade na AML que resultou num acréscimo nas concentrações dos poluentes mais relacionados com o tráfego rodoviário, principalmente o NO2, em vários locais, face a 2020 e 2021, ainda que em níveis muito inferiores ao período pré-pandemia.
Dióxido de azoto (NO2)
As situações de ultrapassagem dos valores limite fixados para o NO2 têm-se verificado nas zonas de maior tráfego da cidade de Lisboa.
Desde 2001 verifica-se uma tendência de decréscimo das concentrações, pouco marcada e com algumas inflexões resultantes principalmente das diferentes condições meteorológicas verificadas em cada ano. Salienta-se como situação mais crítica a ultrapassagem contínua do valor limite anual do NO2, no período de 2001 a 2019, na estação da Av. da Liberdade.
Nos anos de 2020 e 2021 foi notório o decréscimo das concentrações nas várias estações da região, muito relacionado com a redução do tráfego rodoviário verificado nestes anos devido à pandemia de COVID19, tendo sido estes os primeiros anos em que não ocorreu ultrapassagem do valor limite anual. O decréscimo foi particularmente acentuado na estação da Av. da Liberdade, por ser a estação com maior influência de tráfego rodoviário e por se localizar no centro de Lisboa, onde muito do tráfego está relacionado com as atividades de turismo, comércio e serviços, que foram fortemente reduzidas durante a pandemia. Em 2022 voltou a ocorrer a ultrapassagem do valor limite anual nesta estação ainda que com um nível mais baixo do que no período pré-pandemia.
Partículas em suspensão (PM10)
Para as partículas PM10, as situações de incumprimento do valor limite diário ocorreram em alguns anos nas áreas de maior tráfego rodoviário da cidade de Lisboa e em zonas industriais como Paio Pires. No período de 2001 a 2009, os incumprimentos foram mais generalizados e verificaram-se também para o valor limite anual.
Este poluente apresenta uma evolução muito positiva, não se tendo registado nos anos mais recentes o incumprimento dos valores limite nas estações da RMQA LVT.
A variação nos últimos anos tem sido muito condicionada pela ocorrência variável de eventos naturais. Descontando o efeito dos eventos naturais nas concentrações de PM10, verifica-se que tem havido uma notória tendência de descida nas concentrações, mesmo no último ano face ao período de pandemia. Esta evolução que está muito relacionada com a redução de emissões, resultante da continua renovação da frota de veículos rodoviários em circulação, por veículos menos poluentes.
Ozono (O3)
Para o O3 verificou-se, repetidamente, até 2018 a ultrapassagem do valor alvo para a proteção da saúde humana, na estação rural de fundo da Chamusca, localizada na zona do Oeste, Vale do Tejo e Península de Setúbal. O ano de 2019 foi o primeiro em que não ocorreu ultrapassagem ao valor alvo definido para este poluente, tendo-se mantido a situação de cumprimento até 2022.
Pontualmente, no período de Primavera-Verão, em dias de condições meteorológicas particulares, caracterizadas por temperaturas elevadas, forte radiação solar e estabilidade atmosférica, observam-se também concentrações elevadas deste poluente, com ultrapassagem do limiar de informação em diversas estações da RMQA LVT. O ano de 2021 foi o único, desde 2001, em que não se verificou ultrapassagem deste limiar.