A informação sobre qualidade do ar obtida nas estações das redes de monitorização da qualidade do ar das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve) e Direções Regionais do Ambiente e Ordenamento do Território dos Açores e da Madeira está reunida na base de dados nacional sobre qualidade do ar – QualAr -, que pode ser consultada em http://qualar.apambiente.pt/.
Nesta base de dados podem ser visualizadas as medições diárias das estações de monitorização, com uma validação preliminar, que são atualizadas várias vezes ao dia. Nesta base de dados estão ainda disponíveis estatísticas e dados anuais validados em definitivo. Estes dados estão disponíveis para exportação a partir de Outubro do ano seguinte a que dizem respeito.
O histórico das estatísticas das estações da rede de monitorização da CCDR LVT, desde 2001, encontra-se disponível para exportação neste site em “Resultados na região de Lisboa e Vale do Tejo”.
Os dados de qualidade do ar mais recentes, que ainda não têm validação definitiva no QualAr e que não se encontram disponíveis para download, devem ser solicitados à CCDR LVT.
Na realização de estudos de qualidade do ar devem ser utilizados dados com validação definitiva.
Com o objetivo de divulgar diariamente uma informação simples sobre a qualidade do ar, facilmente compreensível pelo cidadão comum, foi desenvolvido um índice diário de qualidade do ar que permite traduzir, através de um indicador único e por intermédio de uma escala qualitativa, a qualidade do ar de determinadas áreas do território nacional. O índice QualAr é disponibilizado em http://qualar.apambiente.pt/.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo o Iqar é disponibilizado para as suas 3 aglomerações (Área Metropolitana de Lisboa Norte, Área Metropolitana de Lisboa Sul e Setúbal) e para a zona do Oeste (Vale do Tejo e Península de Setúbal), sendo calculado com base nas medições efetuadas nas estações da Rede de Monitorização da Qualidade do Ar da CCDR LVT. O índice QualAr é também disponibilizado para cada estação de monitorização.
Os problemas de qualidade do ar na região de Lisboa e Vale do Tejo estão fundamentalmente relacionados com as emissões do tráfego rodoviário, responsáveis por concentrações elevadas de vários poluentes, sendo os mais importantes o dióxido de azoto (NO2) e as partículas em suspensão de dimensão inferior a 10µm (PM10). Estes poluentes têm atingido níveis acima dos valores definidos legalmente junto a vias de tráfego intenso, sobretudo em zonas urbanas da Área Metropolitana de Lisboa. No período de primavera-verão, em situações de anticiclone associadas a uma forte radiação solar, também ocorrem por vezes situações de elevadas concentrações de ozono (O3). Os níveis mais elevados deste poluente verificam-se essencialmente em zonas rurais e urbanas residenciais.
De uma forma geral os poluentes atmosféricos afetam o sistema cardiovascular e respiratório.
Os efeitos dependem essencialmente de dois fatores: da concentração dos poluentes e da duração da exposição. Existem ainda outros fatores de sensibilidade nos indivíduos que determinam a severidade dos efeitos tais como a idade, estado nutricional, condição física ou predisposições genéticas.
Os poluentes atmosféricos podem ser particularmente nocivos para crianças, idosos, grávidas e indivíduos que sofram de problemas respiratórios e cardíacos, sobretudo em situação de episódios de poluição.
Para saber mais sobre este assunto consulte o Ar e os Poluentes Atmosféricos.
O ozono (O3) é uma molécula formada por três átomos de oxigénio, muito reativa e com um forte poder oxidante.
Nas camadas altas da atmosfera, ao nível da estratosfera, na zona mais conhecida como camada de ozono, desempenha um papel vital ao filtrar a radiação solar ultravioleta, protegendo assim a vida na Terra.
Na troposfera, camada atmosférica em contacto com a superfície terrestre, o ozono, designado por ozono troposférico, afeta negativamente a saúde humana, provocando também danos na vegetação e nos materiais.
O ozono é um poluente secundário, o que significa que não é diretamente emitido para a atmosfera pelas fontes emissoras, sendo essencialmente formado através de um conjunto de reações químicas entre óxidos de azoto e compostos orgânicos voláteis, na presença de radiação solar.
O ozono é um gás agressivo para as mucosas oculares e respiratórias e, tal como outros oxidantes fotoquímicos, penetra nas vias respiratórias profundas, afetando essencialmente os brônquios e os alvéolos pulmonares.
A exposição a níveis elevados de ozono afeta, sobretudo, as mucosas oculares e respiratórias, podendo o seu efeito manifestar-se através de sintomas como tosse, dores de cabeça, dores no peito, falta de ar e irritações nos olhos. Pode também provocar o agravamento de patologias respiratórias já existentes e reduzir a resistência a infeções respiratórias.
Em caso de ultrapassagem do limiar de informação para o ozono, recomenda-se aos grupos mais sensíveis da população – crianças, idosos, grávidas e indivíduos que sofram de problemas respiratórios e cardíacos – que:
• Reduzam ao mínimo a atividade física e/ou desportiva ao ar livre, especialmente durante o período da tarde. Os esforços físicos aumentam consideravelmente o volume de ar e os poluentes inalados;
• Evitem a utilização de tabaco, tintas, vernizes e colas, ou de outros produtos irritantes das vias respiratórias, para não agravar os efeitos da poluição;
• Respeitem rigorosamente o seu tratamento médico de prevenção e não hesitem em consultar o seu médico em caso de agravamento dos sintomas.
Recomenda-se ainda a toda a população que adote um comportamento que limite as emissões de poluentes atmosféricos, utilizando meios de deslocação menos poluentes ou conduzindo a uma velocidade moderada em caso de deslocação em veículo próprio e evitando as deslocações em horas de ponta.
Em situação de excedência dos limiares de alerta (de ozono, dióxido de azoto ou dióxido de enxofre), toda a população deverá seguir as recomendações anteriormente descritas. Não deverão ser alteradas as deslocações diárias habituais mas a população mais sensível deverá evitar os passeios, as atividades recreativas e os exercícios físicos no exterior.
As atividades desportivas no exterior deverão ser evitadas por toda a população, devendo ser privilegiado o exercício físico moderado em ginásios.
Em caso de excedência do limiar de alerta para o dióxido de azoto, deverão ser evitadas as zonas mais poluídas, designadamente as vias de tráfego intenso, sobretudo durante as horas de ponta. São também desaconselhadas nestas zonas as deslocações em bicicleta.
A quantidade de ar que respiramos aumenta quando desenvolvemos uma atividade física intensa. Por este motivo, em situações de episódios de poluição, devem evitar-se as atividades físicas no exterior, de modo a diminuir o volume de ar poluído inalado. As atividades que implicam um esforço físico intenso, como as corridas a pé ou em bicicleta, são desaconselhadas.
Limite o uso de solventes. Prefira tintas e vernizes de base aquosa e evite as limpezas a seco para reduzir as emissões de compostos orgânicos voláteis.
Reduza o consumo de energia. Evite o sobreaquecimento e a utilização inútil de energia nas habitações e no seu local de trabalho.
Faça as pequenas deslocações a pé ou em bicicleta. Os pequenos trajetos em automóvel são os mais poluentes e os que consomem mais combustível.
Ao volante adote uma condução calma. Respeite as limitações de velocidade, evite as acelerações e travagens bruscas e limite o uso de climatização. Uma condução agressiva, brusca ou muito rápida aumenta o consumo de combustível e consequentemente a emissão de poluentes.
Modere a velocidade nos primeiros quilómetros pois o motor frio consome mais combustível e produz mais poluição. No primeiro km uma viatura consome mais 50% de combustível e polui cerca de 4 vezes mais.
Efetue as revisões periódicas do seu veículo para que o seu funcionamento seja eficiente e gaste menos combustível. Em percursos urbanos um motor mal afinado pode ter um acréscimo do consumo de combustível até cerca de 50%.
Limite o uso do automóvel ao estritamente necessário. Privilegie a utilização de transportes públicos e partilhe o automóvel sempre que possível. Contribuirá para reduzir os problemas de engarrafamentos e de estacionamento e para a melhoria da qualidade do ar.
Prefira combustíveis menos poluentes. No momento da aquisição de um novo veículo tenha em consideração as implicações ambientais da sua escolha: se optar por um veículo a gasóleo prefira os modelos equipados com filtros de partículas; se optar por um veículo a gasolina considere a aquisição de um veículo híbrido (com motor a gasolina e motor elétrico).
Abasteça o veículo a partir do fim da tarde. No período mais quente do dia, quando se abre o depósito, é maior a emissão de compostos orgânicos voláteis.
Modere a utilização do ar-condicionado no seu veículo pois aumenta o consumo de combustível e a emissão de poluentes atmosféricos.